
Isso permite a visão de qualquer paisagem ou objecto através do orifício que, dependendo do tamanho e da distância focal, projectava uma imagem maior ou menor.
As referências do uso da câmara escura indicam desde a Grécia Antiga, mas há ainda referências deste conhecimento entre os chineses, árabes, assírios e babilónios.
A câmara escura foi largamente usada durante toda a Renascença e grande parte dos séculos XVII e XVIII para o estudo da perspectiva na pintura, só que já munida de avanços tecnológicos típicos da ciência renascentista, como lentes e espelhos para reverter a imagem.
Fotossensibilidade: os haletos de Prata
A outra ponta que desembocou na fotografia diz respeito aos materiais fotossensíveis. Fotossensibilidade é um fenómeno que quer dizer, “sensibilidade à luz”. Toda a matéria existente é fotossensível, ou seja, toda ela se modifica com a luz, como um tecido que desbota no sol, ou mesmo a tinta de uma parede que vai aos poucos perdendo a cor, mas algumas demoram milhares de anos para se alterarem, enquanto para outras, apenas alguns segundos já lhes são suficientes. Ora, para a reprodução de uma imagem, de nada adiantaria um material de pouca fotossensibilidade, de maneira que todos os cientistas ou curiosos que procuraram de alguma maneira a imagem fotográfica começaram pesquisando sobre o material que já há muito era conhecido e considerado o mais propício para tal: os sais de prata.

As pequenas câmaras que substituíram os antigos caixotes de quase 100 quilos conquistaram o mundo inteiro e se incorporaram à vida cotidiana de centenas de milhões de pessoas. Marcas como a alemã Leica, a Hasselbrad Sueca, a americana Rolley flex e a japonesa Nikon tornaram-se sinónimos de câmaras de qualidade. A tecnologia de hoje faz com que os antigos filmes fotográficos sejam substituídos por disquetes cada vez menores que gravam a imagem captada pela câmara e as reproduzem imediatamente, em uma simples impressão. Seus grandes inventores são japoneses que fazem pela tecnologia da imagem o que os alemães faziam há bem pouco tempo e os franceses fizeram no século passado.
Por isso a cada dia torna-se mais fácil tirar uma fotografia, graças às máquinas totalmente automáticas que poupam o fotógrafo de qualquer conhecimento técnico, basta ler as instruções e pronto. Só que ainda existe uma coisa que poderá distinguir um bom fotógrafo, mesmo este possuindo uma tecnologia tão avançada. Sua capacidade de enxergar o mundo que o cerca com olhos que não só aprenderam a escrever com a luz, mas que também são capazes de pintar com a própria luz.
Pinhole
Basicamente, uma pinhole é uma câmara escura com um furinho em um dos lados (feito com uma agulha) e com uma folha de papel fotográfico preso no outro. Ao se abrir o furinho a luz penetrará na câmara e fixará a imagem no papel fotográfico por meio de uma reacção química entre a luz e a película existente no papel fotográfico.Em uma máquina convencional e mesmo nas modernas digitais, o papel da lente é focalizar o objecto e dar nitidez à imagem fotografada. O diafragma e a velocidade do disparador controlam a quantidade de luz que entra na máquina. As máquinas automáticas fazem todo esse ajuste.

Um dos primeiros registos da câmara escura pode ser visto no desenho que ilustra a observação que o astrónomo Gemma Frisius fez do eclipse solar de 1544 a partir de um quarto escuro.
No século XVII alguns artistas como o holandês Johannes Vermeer (1632-1675) utilizavam o princípio da câmara escura em seu trabalho para ajustar os cenários da pintura.
A partir dos anos 40, as câmaras pinholes foram utilizadas pela física nuclear para fotografar raios X de alta energia e raios gamas.Nos últimos 20 anos as pinholes têm sido usadas em naves espaciais para estudar a radiação solar e também para fotografar altas energias em plasmas.
As primeiras fotos pinholes datam dos anos de 1850 e nos anos seguintes já havia um comércio dessas câmaras. Nos dias de hoje esse comércio é profícuo, sendo possível encontrar câmeras pinholes sofisticadas. Em alguns modelos o buraco de agulha é feito com luz laser e seus preços competem com o custo das modernas câmeras.
A utilização da Pinhole
Por ser de fácil construção, a pinhole pode ser utilizada como recurso didáctico em diferentes áreas do conhecimento.Além das infinitas possibilidades de sua utilização no ensino de Artes e História, ela também pode ser utilizada em Ciências, pois facilita a compreensão, por exemplo, do processo de formação da imagem no olho, além de conceitos da ciência envolvidos nos fundamentos da fotografia.
Oficina Interativa Pinhole A imagem Estenopeica

A descrisão do processo: A fotografia realizada com o estenopo. O estenopo é um pequeno furo, responsável pela intercepção do trajecto da luz reflectida por um objecto e disto resulta uma imagem invertida.
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